19.9.05

Ora deixa cá ver...

Será Santa Maria da Feira o quarto município mais desenvolvido do país? A edição do último sábado do semanário Expresso publica um trabalho jornalístico – “que não tem objectivos de um ranking ou pretensão de uma investigação científica” – diz que sim. Segundo a mesma publicação, melhor do que a Feira só mesmo Cascais, Sintra e Oeiras, na cintura de Lisboa. Entre os 10 mais surgem depois, Albufeira, Aveiro, Póvoa de Varzim, Maia, Paços de Ferreira e a Trofa.
O Expresso analisou 14 diferentes indicadores estatísticos, como o analfabetismo, desemprego, actividade, natalidade, envelhecimento, médicos, consumo de energia doméstica, desenvolvimento social, empresas sediadas, rendimento mínimo garantido, automóveis, ecopontos, bibliotecas públicas e polícias e chegou ao “retrato de um país dividido” por um fosso entre o litoral desenvolvido e o interior mergulhado no atraso.
Entre as muitas conclusões e dúvidas que este trabalho possa suscitar, registe-se o facto dos três municípios que apresentam os melhores indicadores se situarem na Área Metropolitana de Lisboa, sendo Santa Maria da Feira o primeiro dos concelhos do Norte e, logicamente, da Área Metropolitana do Porto.
Entre os 10 melhores, seis situam-se a norte do Mondego, quatro dos quais integram a Área Metropolitana do Porto e, de entre esses, dois entraram muito recentemente no “clube” (Feira e Trofa).
Segundo os números do semanário, neste lote de 10 municípios, Santa Maria da Feira apresenta os melhores índices em dois indicadores: o desemprego (2,7 por cento) e rendimento mínimo garantido (1,9 por cento). No que respeita ao número de agentes da autoridade por mil habitantes, surge no terceiro lugar com 1,9 polícias, só superado por Aveiro (5,2 por cento) e Albufeira (2,7 por cento).
O quarto município da classificação do Expresso é o oitavo em taxa de analfabetismo (6,1 por cento) – apenas Albufeira e Paços de Ferreira apresentam índices mais elevados –, ocupando a mesma posição quanto ao rácio de médicos (1,2 por mil habitantes) e quanto ao número de ecopontos por mil habitantes.
No “top 10”, a Feira é o quarto em número de empresas sediadas, no consumo de energia doméstica, quinto no índice de envelhecimento da sua população, em número de automóveis por mil habitantes e em número de bibliotecas abertas; sexto no índice de desenvolvimento social e na taxa de natalidade; e o sétimo em taxa de actividade.
Segundo o Expresso, Pampilhosa da Serra será o município com piores indicadores de desenvolvimento.

5.9.05

Tenho pena!

Acreditem... tenho mesmo pena, mesmo muita, muita, muita pena, mas não fui eu o autor das linhas que se seguem. O melhor retrato alguma vez feito do Político Mário Soares. Mas como ele é tão bem feito, não resisto e aqui o transcrevo ( podem lê-lo aqui ). Cá vai, sem mais palavras:


Dr. Mário Soares - "Desapareça"

A auréola de democrata que erradamente se insiste em atribuir ao dr. Mário Soares tem sido contraditada pela sua própria conduta pública. Mas agora, velho, incontinente verbal a dizer o que dantes o coarctava a ambição e a evidenciar a sua verdadeira natureza, aí o têm a recandidatar-se a presidente da República.

No que diz respeito ao Ultramar português, Soares esforçou-se de forma empenhada para que o processo se passasse como se passou. Contrariamente ao que diz e à fama que se auto-atribui.Em tempos de PREC, o dr. Soares cativava inocentes com promessas de consultas populares, a serem feitas cá, e lá, mas a verdadeira intenção era não perguntar nada a ninguém e entregar todo o nosso território ultramarino a elementos directissimamente ligados ao estalinismo soviético. Soares executou, objectivando-o, um desiderato do Partido Comunista. É assim deste personagem a responsabilidade pelo que considero ter sido, e ser ainda, a maior catástrofe nacional a destruição, traiçoeira e vil, de um ideal eminentemente português e a sequente, horrorosa e previsível mortandade que se seguiu.A gravidade deste horror indescritível vem ainda do facto de nunca ninguém ter investido Soares de poderes para dispor de território nacional. Nem mesmo isso seria jamais possível, por muito que invoque a legalidade revolucionária (que substancialmente não foi legalidade alguma, por se ter traduzido naquilo em que se traduziu destruição de Portugal). A partir daqui, o que se passou é da enorme responsabilidade de uma pessoa imputável há 81 anos e que dá pelo nome de Mário Soares. A "descolonização exemplar" foi "exemplarmente" criminosa, e é imperdoável, tendo em vista a sua enorme gravidade.

Na nossa entrada na CEE o género continua. Depois de consultar técnicos, por si escolhidos, e aqueles o terem esclarecido de que não seria naquela altura, nem por aquele processo, que deveríamos entrar na então CEE, Soares, à revelia de tudo e de todos, comprometeu-se com Bruxelas e "implorou" que nos aceitassem. Segue-se a cedência de tudo a todos e o desprezo olímpico pelos pareceres que iam no sentido oposto.Para defesa do indefensável, Soares não se cansa de nos tentar convencer de que não haveria alternativas. Só que havia. E várias. A que escolheu era a pior. Todas eram melhores, incluindo a entrada na CEE, mas bem negociada.

Soares, com o maior dos desaforos tem assumido atitudes quase majestáticas, como se tudo lhe fosse devido, reivindicando "direitos" que o têm colocado em ridículos patamares, como que a cobrar-se por uma resistência que está longe de ser a tal desgraça de que se queixa. Só que o que se deveria passar seria exactamente o contrário. Por razões de gravidade infinitamente menor das que vêm descritas em documentação vastíssima, e não desmentida, como na de Rui Mateus, entre outra, e pelo que está gravado na memória de centenas de milhares de espoliados do Ultramar, até o Ministério Público já, de alguma forma, se pronunciou. Havendo mesmo um notável parecer do prof. Cavaleiro Ferreira, eminente penalista, que por completo esclarece a situação. Mas o Dr. Soares, estranha, presumida e humilhantemente para todos, arroga- -se o direito de ter direitos que ninguém mais tem.Mário Soares está ainda longe de ter sido o responsável, como se diz, por vivermos neste simulacro de democracia. O que se passou foi que, no segundo 1.º de Maio depois de 74, quando Soares se pretendia juntar aos comunistas, foi por estes rejeitado. Só mais tarde, e por ter percebido que se não se afastasse do PC teria a sorte que tiveram as dezenas de centros regionais daquele partido, que foi terem ido pelo ar na sequência de reacções populares, aproveitou para inventar o chamado socialismo democrático, que nunca ninguém percebeu muito bem o que é, mas que é do que tem vivido até agora.

Soares, como governante, foi ainda pouco menos que uma nulidade. Nos Governos Provisórios foi o desastre que se sabe. Em 1978 foi demitido pelo gen. Eanes por má governação. Em 1983-85 frustrou completamente os acordos de coligação com o PSD, que permitiriam a Portugal desenvolver-se e modernizar a economia. Em 1983-85, com Soares no poder, a inflação chegou a uns impensáveis 24% e o défice desses governos alcançou a vergonhosa marca de 12%! O País estava quase sufocado pela dívida externa e viveu, até essa data (1985), praticamente com as estruturas do Estado Novo e com empréstimos do FMI. Tudo por culpa da teimosia do dr. Soares que, obstinadamente, se recusava a rever a Constituição que permitiria uma liberalização da nossa economia. Facto este que estava previsto nos acordos de
coligação entre o PS e o PSD em 1983. O radicalismo de esquerda, no Verão Quente, foi, mais uma vez, bem mais da responsabilidade de Mário Soares do que do PC, realidade que está na base do estado actual de Portugal.

Por todas estas, e por muitas outras razões, Mário Soares é a figura política que mais e mais gravemente prejudicou Portugal em toda a sua existência. Outros terão tentado, como Afonso Costa, mas, graças a Deus, não conseguiram. Mário Soares conseguiu. Assim, e usando a expressão que ele próprio usou com um GNR que o servia, exijo-lhe dr. Mário Soares deixe-nos em paz. Desapareça.


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