21.2.06

Um Ano depois...


Com um dia de atraso (até porque o tempo não sobra), recordo o aniversário de um dos dias mais tristes da minha vida. Dormia eu, porque tinha que acordar cedo na manhã seguinte... era dia de Eleições Legislativas em que era certa a derrota do PSD, só se faltava saber por quantos. Eram umas 04:00 da Manhã. Toca o telemóvel. Recordei-me que da última vez que me tinha tocado o telemóvel a meio de uma noite de sono, era para me dizerem que a minha querida Avó, depois de uma lenta agonia havia partido para o Céu. Estremeci da cabeça aos pés. O que seria, quem seria. Olhei para o visor do telemóvel... Gil Lobão, era o que dizia. Porque raio é que o Gil me iria ligar aquela hora e naquele dia? Atendi, ensonado como é óbvio e sem que nada o fizesse esperar ele diz-me: "Oh Jorge, desculpa ligar-te a esta hora... olha tem calma... pah... o Dr. Manel morreu...". Naquele momento fiquei parvo, ausente de mim mesmo. Não podia ser... o Dr. Manuel, aquele homem cheio de vida, que na campanha, sempre que nos faltavam as forças era o primeiro a pedir-nos mais aquele esforço, mas fazendo-o também ele... tinha morrido?! Perguntei-lhe se tinha a certeza e ele dizia-me que sim e contava-me mais algumas coisas. Desliguei o telemóvel. Fiquei em silêncio. Liguei-lhe de novo... "Gil, tens a certeza?"... O problema é que era mesmo verdade.
Tinha partido para o Céu, um homem bom, daquelas pessoas que deixa para sempre saudades. E que falta que ele nos faz a todos quantos privaram com ele. Tenho saudades do Dr. Manuel, de ouvir o seu "Meu Caro...". De ver o seu sorriso tímido mas sincero. De sentir a sua mão firme quando o cumprimentava. O Dr. Manuel Oliveira era daquela estirpe de homens, que se preocupou sempre muito mais com os outros do que com ele próprio. Era bom por natureza. Sinceramente, continuo sem palavras um ano depois. Gostava mesmo do Dr. Manuel, era um ser humano maravilhoso, do melhor que conheci até hoje.
Meu Caro Companheiro, até um dia destes!

Um Ano de Sócrates

Segue-se transcição de post de Vasco Pulido Valente n' O Espectro, pois transcreve na totalidade a minha opinião.
"Um ano de Sócrates, segundo o índice geral do Público:
1. Défice abaixo dos seis por cento: Conseguido pelo aumento de impostos (fundamentalmente, o IVA) e por uma maior eficácia na cobrança. A redução das despesas, ensaiada aqui e ali, com muito medo e uma grande tendência para fugir, continua a ser uma figura de propaganda.
2. Plano Tecnológico: Fora o amadorismo e o cheiro a "truque" da moda, é o que as corporações de interesses permitem que seja, por outras palavras, quase nada. Mas sempre deu a oportunidade para uma espécie de "Herman-SIC", com Bill Gates, convidado da noite, e o MIT, conjunto folclórico. Um orgasmo precoce.
3. Reestruturação da Administração Pública: Comissões, comissões, comissões. Quem se quer esconder e ficar quietinho, nomeia uma comissão. A farsa do costume.
4. Ota e TGV: Quando se deve muito dinheiro, só as dívidas nos salvam. Décimo quarto episódio do "Vigarista milionário", uma peça clássica portuguesa.
5. Fim dos regimes especiais de Segurança Social e de Saúde: Aqui, sim: contra a fraqueza a autoridade não cede. Bater nos criados foi sempre uma tradição indígena.
6. Lei das rendas: Com um tresloucado atrevimento, o governo lá se atreveu a um passinho oblíquo para evitar que os centros das cidades se tornem num montão de ruínas. Não resolveu nada, mas com certeza ficou muito bem com a sua inovadora consciência.
7. Colocações de professores por quatro anos: Consola saber que de quando em quando a FENPROF concorda com o ministro da Educação.
8. Lei da nacionalidade: Abrir a porta, com o pé firmemente na porta. Quem é xenófobo é o Portas.
9. Medicamentos fora das farmácias: Uma guerra contra o lobby das farmácias que excede as façanhas de Eurico, o Presbítero. Não toca no principal, isto é, no estatuto absurdamente privilegiado da "classe", uma excrescência do século XIX. Não se pode querer tudo.
10. Férias judiciais: Para o parolo ver. Um acto que passa com majestade ao lado dos problemas.
11. Combate a incêndios: Esperemos que da confusão estabelecida, saia luz. Não fogo.
12. Evasão fiscal: A esquerda sempre gostou de tosquiar a carneirada.
13. Fundos da "Europa": A sopa do convento ainda não acabou.
14. Acordo de Bolonha: Atrasado. Quanto mais tarde, melhor. Não se manda um coxo para os 100 metros de obstáculos.
15. Aborto: Por favor, não arranjem sarilhos ao sr. eng.
16. Taxa de carbono: Isso era na oposição.
Fora do índice geral do Público:
17. Nomeações: O Vara, o Gomes, o Oliveira Martins são beneméritos da Pátria e só por acaso criaturas do PS.
vpv "

20.2.06

Evidências

Segue-se um excerto da entrevista da Prof. Conceição Ferreira, a anterior Vereadora da Educação. Clara como água. A partir daqui, só restarão dúvidas a quem não quiser ver.
"O fecho de seis escolas do 1º ciclo do Concelho, que está a provocar alguma agitação, estava previsto na Carta Educativa?
A Carta Educativa foi feita por uma equipa escolhida pelo senhor presidente da Câmara. Há quem não saiba o que diz, que ignore o que está escrito na Carta Educativa, e nem sequer se dê ao trabalho de a ler, mas que quer protagonismo. Há alguns senhores que não sabem o significado da palavra dignidade. Essa Carta foi aprovada por unanimidade. Houve diálogo e reuniões com todos os parceiros.
Mas há quem se queixe de não ter sido ouvido...
Só não foi às reuniões quem não quis. Um senhor que foi a quatro encontros diz que nunca deu uma opinião. O problema é dele. Esteve lá e teve a oportunidade de o fazer. Todos os agrupamentos foram chamados a apresentar sugestões. Há duas ou três pessoas que se queixam, mas são as únicas que querem protagonismo.
Voltando à questão, estava ou não previsto o fecho dessas escolas?
A Carta Educativa pretende, em primeiro lugar, estudar e registar todos os factores que envolvem a Educação – desde as dimensões dos edifícios, ao número dos professores. Geralmente, uma carta educativa fica por aqui, mas nós, pessoas da Educação, não podíamos deixar a carta educativa só com o corpo, tínhamos de dar-lhe a alma. E a alma era estudar o futuro da Educação no Concelho. Pedagogicamente é mau para a criança estar inserida em grupos que não sejam do seu ano lectivo. Cada escola deveria ter quatro salas de aulas e isto é uma regra de ouro, para combater o insucesso escolar. Por outro lado, as crianças não são felizes numa escola que só tenha 10 alunos.
A EB1 de Manhouce tem 38 alunos...
O que está previsto na Carta Educativa é que ao longo do tempo, dentro de três, quatro anos, algumas das escolas irão fechar ou ser transformadas.
Estava então previsto o encerramento de estabelecimentos de ensino, mas não para já...
A longo prazo. Até para criar todas as condições na outra escola que irá receber as crianças.
O fecho da EB1 de Manhouce foi ou não previsto?
A escola não fechava, transformava-se em pré-primária. Nenhuma escola fechava porque não estava dentro dos parâmetros definidos pelo Ministério da Educação. A EB1 de Manhouce tem três salas que dão perfeitamente para uma pré-primária – com duas salas de aulas, mais uma de apoio. Considero que o Ministério da Educação está a precipitar-se. Quem lê a Carta Educativa, vê que não é nada disso que aponta. Aliás, a directora da Direcção Regional de Educação do Norte disse, num almoço aqui na Feira, ao presidente da Câmara que só fecharia as escolas com menos de três salas e com menos de 10 alunos. Dentro de algum tempo, as pessoas perceberão que não ficaram prejudicadas, mas respeito o bairrismo. Foram as pessoas que fizeram aquela escola, física e moralmente.
O que está acontecer é normal. É normal que as pessoas contestem o fecho de uma escola. É humano que o façam. Até porque se trata de uma decisão muito precipitada. E é uma injustiça muito grande acusar, nesta questão, o presidente da Junta, o senhor Dário Matos – uma das pessoas mais atentas às escolas e às crianças. Foi dos primeiros presidentes da junta que me pediu para falar das escolas da sua freguesia."
E por aqui me fico.

16.2.06

Depois disto, ainda sobram mais dúvidas?

Na edição de hoje, do Jornal "Terras da Feira", vem publicado um artigo de opinião, do Sr. Eng. António Cardoso, como eu Membro da Assembleia Municipal. Nesse artigo, explica algumas coisas, que muitos pensavam serem desculpas dos PSD's, utilizando a expressão de outros. Claro que não concordo na íntegra com o Artigo, mas na sua essência, demonstra como também eu julgo ser a verdadeira história.
Cá vão alguns excertos, que na minha opinião são esclarecedores:
"A Carta Educativa de Santa Maria da Feira só será respeitada se a escola de Manhouce não for encerrada. Logo, os pais e encarregados de Educação têm razão em protestar contra o seu encerramento."
"Fechar ou suspender o funcionamento de escolas pode acontecer se:
1º - No mínimo, se os parceiros educativos (o Agrupamento, a Associação e Federação de Pais e Encarregados de Educação, a Autarquia e o Conselho Municipal de Educação) forem ouvidos depois de devidamente informados das políticas educativas a desenvolver para essas escolas...
3º- Assim no caso presente, a decisão de fecho ou suspensão da EB1 de Manhouce está ferida de suporte legal. O Conselho Municipal de Educação não foi ouvido..."
Depois disto, ainda têm alguma dúvida, que é à DREN que cabe em exclusivo a responsabilidade de ter iniciado este processo de fecho da Escola de Manhouce?

9.2.06

Cartoons

Só para dizer duas coisas:
1 - Só quem quiser distorcer a liberdade de expressão e o seu significado é que pode dizer, que o tal jornal dinamarquês de nome complicado, não deveria publicar os cartoons, que muito sinceramente, não vejo serem tão ofensivos quanto o alegam serem ( não vi tanta indignação quando o Papa João Paulo II apareceu caricaturado com um preservativo no nariz );
2 - O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não fala por mim!

A Escola de Manhouce

Uma breve nota sobre esta questão e para dizer rapidamente o que penso sobre esta matéria ( até porque à partida não tenciono intervir sobre esta matéria na Assembleia Municipal de amanhã à noite ): Sou frontalmente contra o fecho desta escola. Conheço bem as condições da escola em causa e o meio que a rodeia. è um erro crasso proceder ao seu encerramento, e diria o mesmo ainda que a Câmara Municipal tivesse dado parecer para o seu fecho. Mas não foi isto que aconteceu. A DREN e o CAE da Feira agiram indescriminadamente, sem dar cavaco a quem quer que fosse, indicando o fecho da escola. Naturalmente os pais das crianças sentiram-se revoltados com esta situação e pior ficaram quando a DREN e o CAE lhes transmitiram que tal decisão partira da Câmara Municipal. Nada mais falso. Nem mesmo se pode invocar a Carta Educativa ( que também eu aprovei, tal como todos os outros Membros da Assembleia Municipal ), que em lugar algum indica o encerramento desta escola. Fala isso sim, na construção de um polo escolar com 12 salas, com o objectivo de aglutinar as crianças distribuídas pelas quatro escolas da freguesia. Dizer que o objectivo é fechar a escola de Manhouce é no mínimo surrealista e minimalista.
Não posso também deixar de dizer o seguinte: Para quem está bem documentado e de boa fé, fica claro, que a responsabilidade pelo fecho da Escola de Manhouce ( que espero não se venha a verificar ) é da DREN e do CAE da Feira, que agiram descricionariamente, ajudando à politização deste assunto, que já havia sido lançado por algumas pessoas muitíssimo bem identificadas. Sou obrigado a lamentar, que com uma questão tão séria, existam ainda assim alguns indivíduos que busquem dividendos políticos desta situação.

2.2.06

10 Anos Depois...


Agora que um grande ciclo eleitoral terminou e sendo que à partida não teremos eleições nos próximos tempos, penso ser o momento para analisar aquele que é o momento político do país e aquilo que se desenha em termos prospectivos para o país.

No fim deste ciclo eleitoral, temos um país que em termos de Mapa Autárquico fica fortemente colorido de laranja, com a maioria das Câmaras Municipais a pertencer ao Partido Social Democrata, sendo que na Assembleia da República existe uma confortável Maioria Absoluta, base de apoio para o Governo do Partido Socialista, que deverá cumprir os 4 anos de mandato, para os quais tomou posse. Por fim, surge o novo Presidente da República, o Prof. Aníbal Cavaco Silva, que originário da área Social-Democrata, será, estou certo, o Presidente de todos os Portugueses.

Num momento, que a nível económico, é denominado pela Imprensa Estrangeira como pantanoso e em que o País atravessa uma notória crise de valores, não posso deixar de olhar com extrema esperança a eleição do Prof. Cavaco Silva. Não porque seja um Salvador da Pátria, ou um qualquer D. Sebastião, mas sim, porque todos conhecemos o labor desempenhado, sempre que desempenhou altas funções de Estado, sendo claramente o Homem responsável pelo desenvolvimento que Portugal conheceu entre 1986 e 1995. Foram dez anos de crescimento incomparável, em que as condições de vida dos Portugueses melhoraram claramente.

Nestas coisas do reconhecimento, o melhor muita das vezes é ouvir a voz dos outros. Na sua autobiografia, John Major ( antigo Primeiro-Ministro Inglês ), exorta as qualidades de Aníbal Cavaco Silva, que fizeram dele um dos líderes europeus mais respeitados, declarando, que tem por ele ( Prof. Cavaco Silva ), uma enorme estima e respeito.

Pede-se ao recém-eleito Presidente da República que seja uma voz atenta e responsável, que seja uma fonte de estabilidade para o País e que seja realmente o Presidente da confiança. Bem sei, que não dependerá da sua acção a recuperação económica. Caber-lhe-à no entanto, procurar exercer uma magistratura de influência junto do Governo do Eng. José Sócrates, para que os caminhos a trilhar sejam os mais indicados.

Uma palavra que julgo essencial em relação ao mandato que está agora a terminar, do Dr. Jorge Sampaio. Este ficará como o Presidente que permitiu que os Governos do Eng. Guterres fizessem contínua sub-orçamentação, sem dar qualquer palavra, que permitiu que esses mesmos Governos levassem o país para uma Crise Orçamental de índole gravíssima. Foi o Presidente da República que permitiu a construção das SCUTS sem usar uma palavra que fosse, com as consequências que hoje se conhecem. Pior ainda, começou a preocupar-se com Economia, depois de Durão Barroso ter alertado para a situação gravíssima do País. Pior ainda, teve o discurso irresponsável do “Há vida para além do défice”, aproveitando para dessa forma começar a tentar tirar o tapete a um Governo do qual não gostava. Curiosamente, só terminou este discurso, quando o Eng. José Sócrates tomou posse, dando a cobertura que anteriormente não havia oferecido aos Governos cessantes. E como se não bastasse, ficará para sempre conhecido, como o Presidente que numa deriva presidencialista sem precedentes, demitiu o Governo, fazendo uma interpretação um tanto ao quanto extensiva da Constituição ( isto para não dizer, que foi mesmo mais além do que aquilo que lhe permitia a Constituição, pois a sua análise não foi em nada objectiva ). Sampaio é um dos culpados da situação a que o país chegou.

Resta-nos pois esperar que o Prof. Cavaco Silva, seja realmente o Presidente do Portugal Maior, aquele que vai restituir a confiança aos Portugueses. Tem um bom ponto de partida: sabe que o exemplo de Jorge Sampaio, não pode ser seguido. Terá de ser um Presidente interventivo, sem interferir nos Poderes do Governo.
Por mim, acho que o Prof. Cavaco Silva chegou a Presidente da República com dez anos de atraso e com consequências óbvias para o desenvolvimento do país. É caso para dizer: “Pedimos desculpa pela interrupção. O País segue dentro de momentos.”

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