2.2.06

10 Anos Depois...


Agora que um grande ciclo eleitoral terminou e sendo que à partida não teremos eleições nos próximos tempos, penso ser o momento para analisar aquele que é o momento político do país e aquilo que se desenha em termos prospectivos para o país.

No fim deste ciclo eleitoral, temos um país que em termos de Mapa Autárquico fica fortemente colorido de laranja, com a maioria das Câmaras Municipais a pertencer ao Partido Social Democrata, sendo que na Assembleia da República existe uma confortável Maioria Absoluta, base de apoio para o Governo do Partido Socialista, que deverá cumprir os 4 anos de mandato, para os quais tomou posse. Por fim, surge o novo Presidente da República, o Prof. Aníbal Cavaco Silva, que originário da área Social-Democrata, será, estou certo, o Presidente de todos os Portugueses.

Num momento, que a nível económico, é denominado pela Imprensa Estrangeira como pantanoso e em que o País atravessa uma notória crise de valores, não posso deixar de olhar com extrema esperança a eleição do Prof. Cavaco Silva. Não porque seja um Salvador da Pátria, ou um qualquer D. Sebastião, mas sim, porque todos conhecemos o labor desempenhado, sempre que desempenhou altas funções de Estado, sendo claramente o Homem responsável pelo desenvolvimento que Portugal conheceu entre 1986 e 1995. Foram dez anos de crescimento incomparável, em que as condições de vida dos Portugueses melhoraram claramente.

Nestas coisas do reconhecimento, o melhor muita das vezes é ouvir a voz dos outros. Na sua autobiografia, John Major ( antigo Primeiro-Ministro Inglês ), exorta as qualidades de Aníbal Cavaco Silva, que fizeram dele um dos líderes europeus mais respeitados, declarando, que tem por ele ( Prof. Cavaco Silva ), uma enorme estima e respeito.

Pede-se ao recém-eleito Presidente da República que seja uma voz atenta e responsável, que seja uma fonte de estabilidade para o País e que seja realmente o Presidente da confiança. Bem sei, que não dependerá da sua acção a recuperação económica. Caber-lhe-à no entanto, procurar exercer uma magistratura de influência junto do Governo do Eng. José Sócrates, para que os caminhos a trilhar sejam os mais indicados.

Uma palavra que julgo essencial em relação ao mandato que está agora a terminar, do Dr. Jorge Sampaio. Este ficará como o Presidente que permitiu que os Governos do Eng. Guterres fizessem contínua sub-orçamentação, sem dar qualquer palavra, que permitiu que esses mesmos Governos levassem o país para uma Crise Orçamental de índole gravíssima. Foi o Presidente da República que permitiu a construção das SCUTS sem usar uma palavra que fosse, com as consequências que hoje se conhecem. Pior ainda, começou a preocupar-se com Economia, depois de Durão Barroso ter alertado para a situação gravíssima do País. Pior ainda, teve o discurso irresponsável do “Há vida para além do défice”, aproveitando para dessa forma começar a tentar tirar o tapete a um Governo do qual não gostava. Curiosamente, só terminou este discurso, quando o Eng. José Sócrates tomou posse, dando a cobertura que anteriormente não havia oferecido aos Governos cessantes. E como se não bastasse, ficará para sempre conhecido, como o Presidente que numa deriva presidencialista sem precedentes, demitiu o Governo, fazendo uma interpretação um tanto ao quanto extensiva da Constituição ( isto para não dizer, que foi mesmo mais além do que aquilo que lhe permitia a Constituição, pois a sua análise não foi em nada objectiva ). Sampaio é um dos culpados da situação a que o país chegou.

Resta-nos pois esperar que o Prof. Cavaco Silva, seja realmente o Presidente do Portugal Maior, aquele que vai restituir a confiança aos Portugueses. Tem um bom ponto de partida: sabe que o exemplo de Jorge Sampaio, não pode ser seguido. Terá de ser um Presidente interventivo, sem interferir nos Poderes do Governo.
Por mim, acho que o Prof. Cavaco Silva chegou a Presidente da República com dez anos de atraso e com consequências óbvias para o desenvolvimento do país. É caso para dizer: “Pedimos desculpa pela interrupção. O País segue dentro de momentos.”

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